A Quietude do Perdão

Tudo o que é percebido aguarda o Perdão. O perdão não tem como meta a alteração da forma. O perdão verdadeiro reconhece que nada aconteceu. Todos os pensamentos, quando entregues ao Espírito Santo, são úteis para a prática do verdadeiro Perdão.

A resistência que se experimenta, talvez, resida na recusa em assumir que, por um instante, pensamos querer qualquer outra coisa, que não escolhemos apenas o perdão e optamos por julgar. Ainda mantemos o desejo insano de fazer um mundo à parte do nosso Pai. Parece existir um medo profundo de olhar para dentro, ver o pensamento de mundo e perceber suas formas variadas, assumir que a mente está doente e pedir pela Correção.

A mente dividida diz: “Eu não quero perdoar o mundo, pois acredito que, se eu perdoar a ideia de mundo, vou perdê-lo — e ainda amo o mundo que penso ter feito.” Em algum lugar da mente, ainda escolhemos o mundo do medo e não o Amor de Deus.

“Olha e espera e não julga.” A irrealidade não precisa de nada além disso. Simplesmente não existe, e podemos reconhecer a sua irrealidade com a ajuda do Espírito Santo. Mas eu preciso olhar e questionar a ilusão — e não manter nenhum conceito à parte da Luz. Preciso questionar a ilusão, e não a Verdade; o medo, e não o Amor.

Qualquer pensamento mantido à parte do Perdão esconde um desejo de ser qualquer outra coisa, à parte do Amor.

"O perdão, por sua vez, é quieto e na quietude nada faz. Não ofende nenhum aspecto da realidade, nem busca distorcê-la para encaixá-la em aparências que lhe agradem. Apenas olha e espera e não julga. Aquele que não quer perdoar tem que julgar, pois tem que justificar o seu fracasso em perdoar. Mas aquele que quer perdoar a si mesmo tem que aprender a dar boas-vindas à verdade exatamente como ela é."

Um Curso em Milagres | Livro de Exercícios - Parte 2 - Texto 3 "O que é o Perdão?", Parágrafo 4